A leitura sempre me acompanhou, desde pequena, recordo-me que, principalmente para não pegar as revistas de telenovela da minha irmã mais velha, ganhava gibis e livrinhos de conto de fadas. Mesmo sem saber ler, fingia que lia através das imagens, criava minhas próprias historinhas oralmente. Mas não me dava por satisfeita, insistia com meus irmãos mais velhos que queria aprender a ler. Foi então que minha mãe, com toda a sua dedicação resolveu que era o momento de me ensinar. Apesar de ter estudado até a 4ª série, ela, de fato, foi a minha alfabetizadora. Pontualmente, às 14h00 nos reuníamos na cozinha, eu, meu primo e parceiro (mesmo contra a sua vontade e inventando todas as desculpas possíveis e imagináveis para sumir daquele local) e ela que com toda paciência e amor pegava em nossas mãos para nos conduzir na tarefa de contornar as letras. E foi assim que tudo começou... aprendi a ler e escrever com seis anos, mesmo antes de frequentar as aulas regulares da 1ª série do ensino fundamental. Inclusive, na mesma escola que leciono hoje em dia. Já meu primo... deu trabalho, porém com a persistência e determinação da tia, não teve escolha, aprendeu.
Na
adolescência, também li muitos livros da coleção Vaga-lume,
alguns recomendados pelos professores e outros escolhidos por mim:
Menino de Asas, Zezinho, o dono da porquinha preta, A ilha perdida, O
mistério da cidade fantasma, Éramos seis, O caso da borboleta
Atíria entre outros. Ainda nesse período, fui presenteada com um
clássico .O livro que considero um dos melhores que já li: “O
Pequeno Príncipe” – Antonie de Saint Exupéry, me emociono todas
as vezes que releio.
Chegando
ao colegial, hoje intitulado como Ensino médio, pude apreciar a
literatura de outra forma, com outra visão porque tive professores
realmente apaixonados por ela. Um em especial (Prof. Eduardo), com
quem aprendi a idolatrar Machado de Assis por sua vida e obra.
Enfim...se
pararmos e observarmos, a vida é um eterno aprendizado, não podemos
nos acomodar, achando que já aprendemos tudo que deveríamos
aprender. “Nossa evolução depende do conhecimento que adquirimos
dia após dia com a escrita e principalmente com a leitura que nos
permite sonhar, como considera a professora de filosofia da USP,
Marilena Chauí “ O livro é um mundo porque cria mundos ou porque
deseja subverter este nosso mundo” A leitura liberta a alma, abre
nossos olhos e nos torna mais críticos.
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